La Gaceta De Mexico - Deputado Glauber Braga protagoniza cena caótica na Câmara antes de votação do PL da dosimetria

Deputado Glauber Braga protagoniza cena caótica na Câmara antes de votação do PL da dosimetria
Deputado Glauber Braga protagoniza cena caótica na Câmara antes de votação do PL da dosimetria / foto: © AFP

Deputado Glauber Braga protagoniza cena caótica na Câmara antes de votação do PL da dosimetria

A Câmara dos Deputados foi cenário de uma situação caótica nesta terça-feira (9), quando o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) interrompeu a sessão para votar um projeto de lei que prevê a redução da pena do ex-presidente Jair Bolsonaro, em protesto contra o que denunciou como uma ofensiva golpista.

Tamanho do texto:

O ex-presidente, de 70 anos, foi condenado em setembro por tentativa de golpe de Estado contra Luiz Inácio Lula da Silva após perder as eleições em 2022.

Braga foi retirado do local à força por policiais legislativos, após ocupar a cadeira do presidente da Câmara, segundo imagens transmitidas pela TV. A transmissão oficial da sessão foi interrompida, os jornalistas presentes no plenário foram retirados e o debate foi suspenso.

A iniciativa, introduzida hoje na ordem do dia da Câmara, reduz significativamente o tempo de reclusão para vários crimes, entre eles o de golpe de Estado.

Sua aplicação também daria liberdade condicional a uma centena de bolsonaristas presos pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 contra as sedes dos Três Poderes em Brasília.

O projeto busca "a pacificação" do país, segundo o texto. Se passar na Câmara e no Senado, "Bolsonaro terá uma redução de 27 anos e três meses para coisa de dois anos e quatro meses" de prisão, informou o relator do projeto, o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), em vídeo enviado à AFP.

O Judiciário teria a última palavra para o cálculo exato da pena, segundo o texto do projeto.

No fim de novembro, Bolsonaro começou a cumprir sua pena, por ordem judicial, na Superintedência da Polícia Federal (PF) em Brasília.

A inclusão do projeto na ordem do dia foi comemorada pela oposição de direita na Câmara, que promove uma anistia para Bolsonaro desde o início da legislatura, mas gerou indignação na bancada governista.

"Eu vou ficar aqui calmamente, com toda a tranquilidade, exercendo o meu legítimo direito político de não aceitar como fato consumado uma anistia para um conjunto de golpistas", disse Glauber Braga, antes de ser retirado do plenário.

O deputado deve ser alvo amanhã de uma votação sobre a cassação de seu mandato, após ser acusado de agredir um militante do Movimento Brasil Livre (MBL) durante sessão na Câmara no ano passado.

- 'Para beneficiar o Bolsonaro' -

A nova lei também concederia liberdade condicional a 141 pessoas que estão presas pelos eventos de 8 de janeiro de 2023.

"Como nós não conseguimos construir o ambiente político e os votos necessários para votar a anistia, o primeiro degrau para chegarmos ao nosso objetivo será a redução de penas", disse em coletiva de imprensa o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder da oposição.

O Partido dos Trabalhadores (PT), por sua vez, considerou a iniciativa "inaceitável". "Toda lei tem que ser geral. Estamos fazendo claramente uma lei específica para beneficiar o Bolsonaro", declarou o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ).

O projeto de lei ficou parado durante meses no Congresso, mas foi retomado dias após o anúncio da pré-candidatura à presidência nas eleições de 2026 do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho do ex-presidente.

Flávio disse no último domingo que estaria disposto a retirar sua candidatura em troca de uma anistia para seu pai. Hoje, afirmou que sua pré-candidatura é "irreversível".

F.Maldonado--LGdM