Egito restaurará barca solar do rei Queóps
A barca solar do rei Quéops, apresentada como "o maior e mais antigo artefato de madeira da história da humanidade", foi transferida nesta terça-feira (23) para o Grande Museu Egípcio, onde sua restauração será realizada à vista do público durante os próximos quatro anos.
No vestíbulo do pavilhão dedicado à barca, uma área de cerca de 4.000 m², os restauradores instalaram a primeira das 1.650 tábuas de madeira que voltarão a compor a embarcação funerária real.
Este museu anexo também expõe outra barca da mesma época, descoberta em 1987.
Ambas são consideradas "os barcos arqueológicos mais antigos conhecidos e o maior vestígio orgânico descoberto na história da humanidade", segundo Isa Zidan, diretor-geral de restaurações do GEM.
"Assistimos hoje a um dos projetos de restauração mais importantes do século XXI", resumiu o ministro do Turismo, Sherif Fathi. "É um projeto importante para o museu, para a história e para a humanidade", acrescentou.
O programa é financiado pela Agência Japonesa de Cooperação Internacional, que concedeu uma subvenção de 3,5 milhões de dólares (R$ 19,5 milhões, na cotação atual), além do envio de especialistas japoneses para trabalhar junto às equipes egípcias.
Construída há cerca de 4.600 anos, durante o reinado do rei Queóps, construtor da Grande Pirâmide, a embarcação, feita de madeira de cedro e acácia e com cerca de 43,5 metros de comprimento, foi descoberta em 1954 em Gizé. No entanto, as escavações só começaram em 2011.
Zidan indicou que as tábuas de madeira "sofreram uma degradação térmica e estavam muito fragilizadas, por isso as missões arqueológicas hesitavam em empreender o projeto".
Os arqueólogos trataram as tábuas da embarcação e seus remos de madeira com "materiais orgânicos reconhecidos a nível mundial, como a nanocelulose e a hidroxipropilcelulose", indicou.
M.Lozano--LGdM